Escola Pernambucana de Circo encena temporada de Flores Fortes

A  Escola Pernambucana de Circo encena a primeira temporada do espetáculo Flores Fortes, apresentação em formato de circo-teatro que aborda temas como sororidade, colaboração, empatia entre mulheres, violência doméstica e sexual. A montagem, realizada na sede da EPC, bairro da Macaxeira, tem entrada gratuita e classificação etária de 12 anos. Os recursos foram captados a partir da campanha feita em parceria com a plataforma Benfeitoria, além do apoio da Fase/Saap/RJ, por meio do edital de apoio a projetos de jovens. O objetivo é, posteriormente, apresentar o espetáculo para ONGs e escolas públicas de ensino médio, atingindo assim o público de mulheres adolescentes e jovens das comunidades da Zona Norte do Recife.

Flores Fortes é um espetáculo de circo, dança e teatro, feito por mulheres para mulheres. Gira em torno do conceito de circo, círculo, ciclo que é o da própria vida, a todo momento reinventada. Em cena, seis atrizes circenses despem-se de conceitos preconceituosos repletos de machismos e violência fazendo um convite para que, juntas, todas as mulheres sejam mais fortes. Quebrando paradigmas, dogmas, preceitos e, principalmente, relações violentas no universo feminino e, primordialmente, no masculino que oprime e violenta.

O espetáculo desenrola-se tendo como princípio básico o reconhecimento da mulher em si mesma, do seu próprio corpo como forma de contestação e resistência. O circo está presente nos números de bandeiras, pirofagia, mão a mão, bambolês, malabares e, principalmente, na irmandade que emana da colaboração, do conjunto, da união, da percepção de um todo que se completa a cada cena. É um jogo de força, poder, união, cooperação e interação entre as artistas. A trilha sonora é composta de músicas que permeiam, atualmente, o universo do movimento feminista e que mostram a luta das mulheres por mais respeito e menos violência, como Triste, Louca ou Má, de Francisco El Hombre. Além das canções icônicas do movimento feminista, há também funks de cunho machista que tratam da objetificação do corpo da mulher e há também a “redenção” com Maria da Vila Matilde, de Elza Soares. A conclusão é com o clássico da MPB, Maria, Maria.

Segundo a coordenadora executiva da EPC e diretora do espetáculo, Fátima Pontes, o processo de montagem foi longo, de intensos quatro meses. Período de suma importância para o elenco ir descobrindo como se enxergavam, umas às outras. Sentimentos que foram da tristeza à felicidade de se ver e se perceberem em um mundo patriarcal e machista. O que não faz com que percam a ternura e, além disso, se fortaleçam. “O espetáculo é o amor transbordando de perseverança como é no circo, em cada ciclo, em círculo que se faz e desfaz em cada rodada que é a vida. Sabemos, entretanto, que estamos juntas, “tristes, loucas ou más”, Marias e Marias girando, circulando, circundando umas às outras para nos protegermos e nos darmos amor, muito amor, sermos irmãs, ‘mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre, quem traz no corpo a marca Maria, mistura a dor e alegria’”, conclui.

Sororidade – a origem da palavra está no latim sóror, que significa “irmãs”. O termo é um convite à união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum. Do ponto de vista do feminismo, consiste no não julgamento prévio entre as próprias mulheres que, na maioria das vezes, ajudam a fortalecer estereótipos preconceituosos criados por uma sociedade machista e patriarcal. Sororidade é um dos principais alicerces do feminismo, pois sem a ideia de “irmandade” entre as mulheres, o movimento não conseguiria ganhar proporções significativas para impor as suas reivindicações. “Flores Fortes é isso: mulheres, força, empoderamento, união, vida, todas desnudando-se para refazerem-se mais fortes com as partes de um todo que são cada uma que se juntam em um enlace fraterno e singular. Por isso, a plateia é convidada a dividir esses momentos de empatia e solidariedade”, conclui Fátima.

– Ficha Técnica:

– Produção: Escola Pernambucana de Circo

– Elenco – integrantes da Trupe Circus da Escola Pernambucana de Circo – Amanda Portela – Anne Gomes – Diana Chaves – Larissa Beatriz – Maria karolina e Mirella Borba

– Direção – Fátima Pontes

– Figurino – Criação coletiva da direção e o elenco

– Sonoplastia – Escolha coletiva do elenco e da direção

Serviço Flores Fortes:

26 e 27 de novembro, 19h

– Escola Pernambucana de Circo – Av. José Américo de Almeida, Macaxeira, nº 05. Fica na segunda rua após a Academia da Cidade da Avenida Norte (lembrando que a primeira rua é imediatamente após a Academia. A rua da Escola é a que está entre o Restaurante Norte Grill e a Igreja Mórmon).

– Entrada Gratuita

– Fones: 3266-0050/3034-3127; (81) 9 8606.7715

– Site: www.escolapecirco.org.br

– Facebook: Escola Pernambucana de Circo

– Instagram: @escolapecirco